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Foto do escritorMarcela Silva Teixeira

As horas do dia ou a falta delas

Atualizado: 10 de jul. de 2018

DIA 4

Há, pelo menos, três noites seguidas o sono não passa de cinco horas e vou ao encontro do aconchego da cama quentinha às 3h. Com o enorme número de compromissos durante o dia, a produção fica para a noite. Dessa maneira, ela se estende e, facilmente, invade a madrugada. Porém, hoje, o calendário não marcava nada. Zero afazeres. Assim, não há dúvidas que o sono se prolongou durante a manhã. Estou segura para admitir que, se não fosse o horário do café da manhã um limitador, o corpo pediria algumas horinhas a mais de descanso.


Um dia lotado de entrevistas para aproveitar a "folga" do programa. Na volta para o quarto, já abastecida de energia (aqui leia-se medialunas – novamente) os últimos detalhes estavam sendo ajeitados. Quais perguntas seriam feitas, quais ângulos filmaríamos, qual seria a maneira abordada e entre tantos outros pontos que saltam em momentos pré entrevistas. Com a confirmação dos locais, era hora de partir rumo à primeira conversa desse sábado.


O relógio marca 14h. Ana Paula Sierra, estudante de medicina, chega ao nosso encontro. Apesar da promessa de uma entrevista rápida, Ana não pareceu se prender aos números marcados em seu pulso e na tela do seu celular. Passando de uma hora de duração, a entrevista acabou virando conversa que, por sua vez, acabou virando conhecimento adquirido. Resultado que toda entrevista, no fim das contas, deveria proporcionar. É incrível refletir como países tão vizinhos adotam medidas de ingresso a universidades de maneira tão distinta. Aqui é mais justo que no Brasil? Sem spoiler, aguarde a resposta na próxima reportagem.


Sem muito tempo para almoçar e com poucos minutos até a próxima entrevista, as empanadas salvaram novamente. Já está virando costume almoçar perto das 16h e os típicos salgados argentinos já estão começando a enjoar (não pensei que falaria isso tão cedo). É hora de conhecer e buscar por outras tradições dentro do meu prato. Leo, também estudante de medicina, é um baiano que veio cursar a sua tão sonhada graduação. Mas, encontra-se fisicamente acabado ao necessitar fazer uma dupla jornada entre a faculdade e o trabalho para conseguir se manter na cidade da esperança médica para tantos estudantes brasileiros. Lembra como sofri com poucas horas de sono? Para aproveitar que agora está de férias, Leo pega mais trabalho e emenda o dia com a noite e a noite com o dia. Em que condições vivem os estudantes brasileiros que vem para Buenos Aires estudar? Acaba valendo a pena apesar de todas essas limitações? Sem spoiler novamente.


A terceira e última entrevistada foi com a Carolina Orlandi, também futura médica. Largou as praias de Florianópolis em busca do seu diploma. Apesar de todas as histórias terem um mesmo objetivo, elas são completamente singulares e movidas por visões diferentes. A noite chegou e com ela o penúltimo compromisso deste sábado: uma reunião de alinhamento para os próximos dias, os quais serão cruciais no encaminhamento das reportagens que estão no forno. Ufa! Finalmente, rumo ao último. E, esse é um pouco diferente dos anteriores: um barzinho argentino. A noite portenha difere-se muito da brasileira por diversos aspectos. Entretanto, esse é um assunto para outro momento em outra mesa de bar. Afinal, a comprovação que estava vivendo como uma correspondente veio no momento em que me vi buscando Wifi para conseguir responder um e-mail atrás de entrevistas em plena meia noite. “São 24h trabalhando” não é, de fato, só um modo de falar. Caminando!




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